Roger Waters se apresenta em POA e emociona público
Porto Alegre foi a primeira capital a acolher o fundador do Pink Floyd. Show conta com efeitos audiovisuais e um muro de 137 metros de largura.
"Dedico o concerto a Jean Charles e sua família pela luta pela verdade e justiça e a todas as vítimas do terrorismo de Estado", disse o carismático Roger waters, em português. Ele abriu a ópera-rock com In The Flesh?, seguida de Thin Ice e Another Brick in the Wall. Já nas primeiras músicas, o público pode sentir uma profusão de vozes, sons e explosões em diversos cantos do estádio, que ajudaram a envolver os fãs no ambiente intimista e sombrio do álbum, tocado na íntegra.
"Em 1978, eu achava que o muro era sobre mim. Estava errado. Não é sobre mim, mas sobre Jean Charles e sobre tantos outros", confessou ele. À medida que o show avançava, o muro ia sendo construído, até que se tornou um imenso projetor de altíssima definição. Algumas animações, como o contato voraz entre duas flores - alusão ao afeto e disputa dos sexos masculino e feminino - em Empty Spaces, resgataram o conceito psicodélico do filme, exibido pela primeira vez em 1982.
Waters encerrou o lado A do espetáculo projetando a fase decisiva da vida de Pink (Bob Geldof), personagem central do The Wall, e os dilemas que ele enfrentaria até se libertar de todos os muros que o prendiam, numa viagem autobiográfica emocionante: escola, morte do pai, casamento frustrado, depressão, abandono e guerra. Mais de 30 anos após o lançamento do disco, o baixista procurava mostrar que os conflitos permanecem vivos e apenas mudaram de cara, causando dor a diversas nações do mundo.Derrubem o muro!
Ao fim do primeiro bloco, com Good Bye Cruel World, o muro era uma barreira que separava completamente público e banda, com “Hey You”, deixando o público em êxtase.
Os bonecos gigantes do professor, da mãe opressora e da mulher vingativa retratavam os demônios enfrentados pelo roqueiro em busca de identidade, superação dos traumas e uma vida menos vazia. Como no filme, o personagem se entrega e dá adeus em Comfortably Numb, ressurgindo a seguir como o líder de uma seita estranha, comandada por ele próprio.
As crises encenadas por Waters e potencializadas nas projeções e músicas chegam ao ápice no julgamento do cantor, em The Trial, onde ele é condenado a expôr os seus sentimentos para um mundo ávido por censurá-lo. É a vazão para o desfecho da história de Roger Waters e de um mundo que segue em guerra, como o baixista ressalta magistralmente nas duas horas de The Wall.
Depois de julgar e condenar, a corte animada de The Wall manda destruir os tijolos e conclama o público a gritar junto "derrubem o muro, derrubem o muro!" Os tijolos vêm abaixo e os músicos tocam sobre as ruínas com acordeom e trompete a amena Outside the Wall. Em 29 de março e 1º e 3 de abril, os próximos muros serão destruídos no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.
Setlist:
In The Flesh?
The Thin ice
Another Brick in the Wall Part 1
The Happiest Days of Our Lives
Another Brick in the Wall Parte 2
Mother
Goodbye Blue Sky
Empty Spaces
What Shall We Do Now?
Young Lust
One of my Turns
Don't Leave Me Now
Another Brick in the Wall Part 3
The Last Few Bricks
Goodbye Cruel World
Intervalo de 20 minutos
Hey You
Is There Anybody Out There?
Nobody Home
Vera
Bring the Boys Back Home
Comfortably Numb
The Show Must Go On
In The Flesh
Run Like Hell
Waiting for the Worms
Stop
The Trial
Outside the Wall
Fotos:
Vídeos:
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