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Made in Stoke é o segundo álbum ao vivo (CD e DVD) do guitarrista Slash , em parceria com o vocalista Myles Kennedy.O show foi gravado na sua cidade natal Stoke-On-Trent Assista

SLASH E MYLES KENNEDY ELEITOS OS MELHORES DO ANO PELA LOUDWIRE MUSIC AWARDS 2012

Slash e Myles Kennedy ganharam em duas categorias na Loudwire Music Awards 2012! . Confira

GUITAR WORLD: EDDIE VAN HALEN, O MELHOR GUITARRISTA DE TODOS OS TEMPOS

Eddie Van Halen foi eleito o maior guitarrista de todos os tempos pela publicação estadunidense Guitar World.Confira a lista

STEVE VAI: OUÇA THE STORY OF LIGHT

Ouça o novo álbum de Steve Vai, "The Story Of Light". O trabalho sairá pela Favored Nations Entertainment, o selo que Vai abriu em 1999.".Ouça

BON JOVI: "BANDA APRESENTA MÚSICAS DO NOVO DISCO"

Foi ao ar na sexta-feira (25 DE JANEIRO), a apresentação da banda Bon Jovi, no BBC Radio Theatre, em Londres. Ouça

SLASH - APOCALYPTIC LOVE: OUÇA O ÁLBUM COMPLETO

Apocalyptic Love é o segundo álbum solo de estúdio do guitarrista. Slash começou a trabalhar em seu segundo álbum solo em junho de 2011, quando ainda estava na turnê de seu primeiro álbum solo. Ouça
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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

a Soul to Squeeze - Capítulo 1: Mommy, Where's Daddy?

Primeiramente, eu gostaria de agradecer: Pascalle e Maria, que me deram as
informações que eu requisitei.

Em segundo lugar, gostaria de agradecer a todos os fãs do Red Hot Chili Peppers no
mundo e em particular, àqueles que estiveram comigo nessa aventura que já
vai fazer anos, ao Jason, Yvette, Michelle, Zoe a todos os meus amigos do
The Red Hot Chili Peppers Forum/Ezboard e do Forum One Hot Globe.

E em último, mas não menos importante, meu editor, o grande Ardnac e Ken.


NOTA DO AUTOR:

Essa biografia é baseada principalmente nas entrevistas e nos fatos que eu li na imprensa, e na minha opinião, é realmente confiável; Eu apenas resumi as coisas que eu ouvi dele mesmo ou de suas pessoas próximas. É claro que algumas coisas podem ser imprecisas, mas nada foi inventado. Enquanto estiver lendo, você vai perceber que eu escrevi alguns diálogos entre Anthony e Flea, Anthony e Hillel, e outras pessoas. É óbvio que os diálogos foram criados por mim, porque mesmo que eu estivesse lá, eu precisaria no mínimo de um gravador para reproduzir tudo fielmente. No entanto, coloquei esses diálogos apenas para dar mais luz às histórias que todos nós conhecemos (você verá que os diálogos são inseridos naqueles pontos que nós já conhecemos da história). E essas conversas também são baseadas em fatos reais e escritas baseadas no estilo típico de expressão das pessoas envolvidas. Dave Thompson também colocou alguns diálogos baseados em sua intuição, no seu livro sobre o Red Hot Chili Peppers. Eu apenas segui o mesmo exemplo.


Penny Lane


Capítulo 1: Mommy, Where's Daddy?

As origens da família Kiedis são estranhas e não são claras nem mesmo para os próprios membros. Uma vez, quando perguntado sobre o assunto em 2000, por um grupo de fãs, o pai de Anthony respondeu:

"Bem, eu sei um pouco desde quando eu nasci John Michael Kiedis e eu sou o pai do mais famoso dos Kiedises. Meu avô Anton Kiedis (que originou o nome de Anthony), veio da Lituânia para a América por volta de 1910 e se fixou no Michigan, onde eu e Anthony nascemos. Alguns dizem que Anthony tem origem indígena, por causa das suas tatuagens e devido ao seu fervor pelos direitos dos índios. Somado a esse lado lituano, tem o lado francês da minha avó materna; alemão, irlandês, escocês e um pouco de espanhol do meu avô materno (Vanderveen); e Inglês, irlandês, escocês e um pouco de alemão por parte da mãe dele. Recentemente, quando pesquisamos sobre nossa origem dos Vanderveens alemães, descobrimos que alguns deles se casaram com índios Moicanos".

Por outro lado, apesar das informações difundidas, Anthony Kiedis ainda tem orgulho em dizer que é "1/4 Apache". Até que Anthony tem vários motivos que podem sustentar essa sua teoria; começando pelos seus traços faciais, ainda mais na época de seus "longos cabelos castanhos que tocavam a bunda", sem dúvidas lembra os nativos da América. Em segundo, como seu pai disse, suas duas tatuagens, o Sitting Bull (braço direito), o principal líder da tribo dos Sioux, e o Chief Joseph (braço esquerdo), líder da tribo dos Nez Perce, conhecido como "O Trovão Viajando No Topo das Montanhas Mais Altas". Mais a sua fenomenal tatuagem das costas, um grande totem indígena. E por último, seu sincero apoio aos esforços dos nativos da América, que ele mostra claramente na música "Johnny, kick a hole in the sky", última faixa do "Mother's Milk", de 1989. Todos esses ingredientes contribuem para pintarmos a figura desse homem que tem um pesado componente indígena em seu sangue, e se orgulha muito disso.

"Anthony é um nativo americano", disse um fã, real descendente dos nativos. "Pode-se dizer isso por causa do jeito com que ele sente as coisas". Algum tempo atrás, Anthony costumava dizer por aí que tem um "pênis indígena". Na verdade, nenhuma das 125.847 mulheres que já se relacionaram com ele fez qualquer comentário sobre essa peculiaridade do seu órgão reprodutor.

Anthony não tem vergonha de ser descendente de lituanos. Ele nunca negou que essa é a sua principal origem. Atualmente, a únicacoisa que o envergonha é o fato de nunca ter visitado a terra de seus antepassados. Lituânia é o maior dos três países Bálticos. Sua população é de aproximadamente 3.700.000 habitantes, na sua maioria, lituanos e russos. Mas a Lituânia, normalmente está longe do circuito das mais famosas bandas do mundo. Provavelmente, o mais perto que Anthony já esteve de lá, foi durante um festival de verão Turku, na Finlândia, em 1996. Contudo, ele faz questão de mostrar que não esquece de suas origens.

"Eu sonho em ir lá algum dia", disse certa vez. "E eu vou encontrar a mulher dos meus sonhos. E vou envelhecer". Oh, Anthony!

Seu lado escocês, por parte de sua mãe, não é muito bem conhecido. Quando Julie, irmã de Anthony, casou-se, no verão de 2000, uma banda de "gaiteiros" escoceses foi chamad para abrilhantar os procedimentos, mas talvez, o episódio que mostre melhor os componentes escoceses no sangue de Anthony, seja algo que aconteceu em 1999, em Grand Rapids, quando uma garçonete irada disse a um grupo de repórteres que Anthony Kiedis, o rockstar bilionário, vocalista do Red Hot Chili Peppers, banda mega-famosa, deixou pra ela como gorjeta um pouco mais que míseros 50 centavos.

Grand Rapids, Michigan, 700.000 habitantes. Uma cidade de médio porte, a oeste do lago Michigan, que cresceu nas sombras da grande Detroit. Quentíssima no verão e com um frio polar no inverno. Uma cidade Americana como outra qualquer. Mas foi nessa cidadezinha pacata, que no final dos anos 50, algo aconteceu, para hoje estarmos ligando para esse lugar.


O fato em questão foi a fatal e subseqüente paixão entre John Kiedis e a doce e sensual Peggy Noble. John Kiedis era um cara normal, não era alto, nem muito elegante (malhar não era tão comum naquele tempo), no entanto, tinha um rosto bonito, e seu ar arrogante era mais uma arma para atrair a juventude feminina local.

De todas aquelas adolescentes, Peggy Noble não era a mais bonita, não era a mais sexy, mas também era muito bonita, com um doce sorriso. John e Peggy eram muito jovens quando começaram a ficar juntos. As fotos que datam do final dos anos 50, mostram um típico casal de jovens americanos da época: "rabo-de-cavalo" e meias brancas para ela; visual atlético e cabelos curtos para ele. John tinha 18 anos, Peggy com 16. Eles vieram de famílias de classe média, e seus parentes eram muito rigorosos. Certa vez, John falou: "Meu pai nunca me deixou fazer nada do que eu quisesse. Era extremamente rigoroso, e acreditava que bater era a melhor punição. Enquanto eu crescia, pensava que aquele não era o jeito certo de se criar um garoto. E coloquei na minha cabeça que se algum dia eu tivesse um filho, o deixaria livre para fazer qualquer coisa que quisesse, a qualquer custo".

John Kiedis não gostava daquele estilo de vida do centro-oeste. Seus planos não envolviam um emprego do estilo "nove as cinco", uma casa pequena com um quintal e duas crianças gritando na sala de estar. Ele era um jovem ambicioso e acreditava que tinha algum talento. Ele era apaixonado por filmes e seu sonho era ser um grande diretor de cinema. Mas, que esperanças ele poderia alimentar vivendo em Grand Rapids, com uma família rígida e sem dinheiro para realizar seus sonhos? Nenhuma. Antes de qualquer coisa, ele deveria começar a caminhar com suas próprias pernas. Um casamento precoce poderia ser a solução, pelo menos naquele momento. John e Peggy casaram-se em 1960. Eles eram jovens e inexperientes, mas felizes com o amor. A família de Peggy era católica, então, casaram-se em uma igreja católica. Peggy vestia um clássico vestido branco de noivas, e John, terno e gravata também brancos. Eles foram morar em uma pequena casa, em Grand Rapids, e voltaram para a universidade.

Mas enquanto John era um ambicioso e impaciente jovem, Peggy era calma, caseira. Ela sabia dos sonhos de seu marido, de deixar Grand Rapids e fazer fortuna em Hollywood, mas não dava muita importância. Aquilo eram apenas sonhos, enquanto sua casa, seu casamento, sua futura vida a dois eram a realidade. Tudo isso e as futuras crianças, já que agora, depois de dois anos de casamento, Peggy estava grávida.

Para John, ser pai não representava uma quebra de seus sonhos. Seu filho seria muito feliz e livre, isso era tudo o que ele sabia. Mas John nunca desistiu de suas ambições, como Peggy acreditava. Ele apenas aprendeu a ficar mais quieto, esperando pela hora certa. Sua família fazia parte de seus planos futuros, mas Peggy não estava convencida disso. Ela sabia que aqueles planos não envolviam Grand Rapids, e achava que também não a envolviam totalmente.

Apesar disso tudo, no meio do curso, a criança em questão veio ao mundo às 4 horas da manhã, do dia 1º de novembro de 1962, no Hospital Grand Rapid's St. Mary's. O nome, Anthony, nada mais era do que uma versão americana do nome de seu bisavô lituano, Anton. Seu nome médio... bem, nunca existiu. Muitas pessoas perguntaram sobre esse assunto, por muitas vezes. A verdade é que Anthony Kiedis não tem nenhum outro nome. John queria dar-lhe algum nome como "Courage" ou "Freedom"; Peggy gostava do segundo nome de John: Michael. Mas o resultado foi que seria apenas Anthony. Eternamente.

As fotos dos primeiros meses e também dos primeiros anos de vida de Anthony, mostram um pequeno menino americano como qualquer outro. Nenhum acontecimento destacável aconteceu nesse período. A única coisa que se pode dizer daquela época, é que a impaciência de John crescia cada vez mais.

John estava louco com aquela criança, mas estava finalmente decidido que aquele tipo de vida não servia para ele, ou que ele o homem certo para aquela vida. Ele tinha de sair daquele lugar, porque seu futuro não poderia se concretizar ali. Ele sentia que seria alguém. Sempre foi um cara atraente, gostava de grandes carros, belas roupas, e agora estava deixando seus cabelos crescerem, como os Beatles. John era fortemente atraído por mulheres bonitas, assim como as mulheres bonitas eram atraídas por ele. Então, que diabos estava fazendo em Grand Rapids? Ele simplesmente não tinha nenhuma chance ficando ali. Precisava sair.

No final de 1964, a oportunidade que ele esperava há tanto tempo: John foi aprovado na Escola de cinema da UCLA, em Los Angeles. Ele não podia acreditar: estava indo para Hollywood!!! Ele tinha de fazer isso, ele realizaria todos os seus sonhos! Isso era mais do que John podia esperar. Ele olhou para seu sorridente filho, que começara a aprender a andar, vindo em sua direção, olhou para sua jovem esposa, sentada em um sofá, pacientemente esperando por uma decisão, e finalmente, John tinha a certeza: é hora de dar adeus a Grand Rapids. O Paraíso não pode esperar.

John pegou seu filho, que estava com 2 anos de idade, e sua esposa, e a pequena e feliz família partiu para a terra dos sonhos. John Kiedis era um cara otimista e aplicado, mas Los Angeles não era um lugar fácil para se viver, ainda mais para um jovem provinciano, aspirante a astro no mundo dos filmes. Competição era (e ainda é) extremamente dura, amizade, rara como ouro, e qualquer um, até o seu vizinho mais calmo deveria ser considerado uma ameaça, porque ele poderia pegar uma grande chance antes de você.

Em meados dos anos 60, Los Angeles não era a capital do rock, nem mundial, tampouco da California. São Francisco estava bem à frente, também porque tinha capturado as vibrações de alguns anos e concentrado em lugares como as Universidades de Berkeley e Stanford, e áreas de cultura hippie, como Haight-Asbury. Duas das maiores bandas Americanas daquele tempo, Jefferson Airplane e Grateful Dead, eram de São Francisco. Los Angeles se resumia a capital do surf e da surf music, e uma das maiores bandas desse gênero, os Beach Boys, veio de lá. Los Angeles não era um lugar interessante naqueles anos. Mas algo estava para mudar. Um homem, Frank Zappa, e uma banda, The Doors, estavam prontos para mostrar para o mundo que havia algo mais em Los Angeles do que aquilo que as pessoas da cultura hippie pensavam. O líder dos Doors, Jim Morrison era estudante da UCLA, assim como o tecladista da banda, Ray Manzarek. Eles também eram muito interessados em cinema e música, mas John Kiedis nunca os mencionou como conhecidos. Eles apenas estudavam na mesma universidade.

Os filmes daqueles anos estavam passando por algumas mudanças. Eram filmes alternativos, falando da vida real. Los Angeles era uma cidade assassina, cheia de reas miseráveis que Hollywood nunca tinha mostrado. Hollywood estava caindo aos pedaços e ninguém tinha coragem de andar pelas ruas à noite.

Turistas paravam no Teatro Chinês, tiravam algumas fotos, olhavam ao redor e não podiam acreditar no que viam: é essa, a fabulosa Hollywood? Filmes sempre distorciam a realidade. Uma nova onde de jovens diretores começou a fazer filmes diferentes, que não falavam de famílias felizes, loiras e seus maridos, cheios de problemas, porque não podiam ir ao futebol porque seus primos estavam se casando. E depois de tudo, alguém deixava de concluir que Rock Hudson era homossexual?

John Kiedis entrou nessa onda de novos diretores, com entusiasmo. Ele mesmo começou os experimentos, com sua câmera e alguns filmes em preto e branco, e em todas as suas primeiras produções, mostrava claramente que estava virando um perfeito "realista". Seus curtas eram gravados nas áreas mais degradadas de Los Angeles, e seus principais atores eram pessoas comuns, velhos bêbados, mendigos. Uma figura é constante em todos os seus filmes. Uma pura criança, em sinal de redenção, quase um anjo em sinal de esperança.

John não havia procurado por um ator ideal. Aquela criança era sempre seu filho Anthony, de 3 anos de idade. Um de seus filmes, ainda existe. Chama-se "The Hooligans" e mostra a criança acordando um desabrigado de seu sono alcoólico e deixando-o em um banheiro. O pequeno Anthony não se mostrava intimidado diante da câmera. Ele tira a camisa, e seus cabelos castanhos cortados a la Beatles. Em um frame, ele usa um boné Los Angeles Lakers!

Ninguém podia dizer se John Kiedis se tornaria um novo Orson Welles ou ao menos diretor de TV. Ninguém poderia imaginar nada, mesmo porque, em um momento, John parecia não estar mais ligando para nada. Hollywood estava lhe devorando. É aquela velha e conhecida história: o jovem do interior que parte para a cidade grande, carregado de esperanças e boas intenções, e rapidamente é devorado pela mesma cidade grande. John era muito elegante, muito atraente e muito impaciente. As tentações da vida já haviam arruinado muitos outros jovens antes. Porque seria diferente com ele? Hollywood era cheia de garotas, festas e diversão. Quem era John para dizer não? Ninguém! E a família? Esqueça! Peggy foi muito paciente no começo. Não se sabe sobre como ela reagiu ao impacto da grande Los Angeles, ela, aquela garota calma e tranqüila do Michigan. Apesar das aparências, Peggy não era tão doce e calma. Anthony sempre disse que sua mãe tem uma personalidade genuína e forte. Ela não se acostumou com as luzes da cidade grande, como seu marido.

Peggy passava suas noites em casa com a criança, enquanto John ia para as festas. Ela ficava pensando se aquela era a vida que seu marido tanto queria. Então, um casamento em meio a tudo isso poderia durar? Claro que não. E em 1968, Peggy pegou suas coisas, seu filho de 5 anos de idade, e disse adeus a Hollywood, voltando para Grand Rapids. Ela não tinha se acostumado, e seu filho também não se acostumaria. Ou pelo menos, ela achava que não.

Tony era muito pequeno quando sua mãe deixou a Cidade dos Anjos e voltou para sua cidade natal. Talvez, muito pequeno para ficar traumatizado, mas certamente, a transição da brilhante cidade grande para a cidade interiorana, somada à separação de seus adorados pais, não foi uma boa experiência. Tão logo voltaram para Grand Rapids, Peggy se apaixonou novamente. E seu namorado não era um cara tão legal.

Mas a vida continua, e no mesmo ano, Anthony começou a estudar. A escola chamava-se Stocking Elementary School. Peggy começou a trabalhar, e a pequena família parecia estar voltando ao seu estilo de vida simples e pacato, de uma família de classe média. L.A. era outro planeta. Mas será que para o Anthony também? Não parecia. Seu pai sempre o visitava, e essas visitas eram algo que Anthony esperava muito ansiosamente. John teve uma cômica mudança de visual durante esse tempo.

Seus cabelos ultrapassavam os ombros, e um bigode decorava seu rosto. Como o próprio Anthony já disse: "Ele costumava usar umas grandes botas, na altura dos joelhos e cheio de "enfeites", e todas as pessoas nos olhavam quando andávamos juntos. Eu gostava, eu pensava: 'sei que vocês acham que somos loucos, mas esse aqui é o meu pai'".

Peggy ficou grávida novamente, e teria de se casar. Seu segundo marido era uma pessoa horrível, muito pior que John, segundo Anthony: "Ele chegava em casa às 5 da manhã, com olhos pretos e começava a destruir tudo em volta". Peggy deu à luz Julie, mas as coisas não iam nada bem. O padrasto de Anthony estava transformando sua vida em Grand Rapids num inferno. O garoto escrevia muitas cartas para seu pai,- implorando para que ele o levasse para a Califórnia. "Por favor, trabalhe duro", ele escrevia, "então, eu poderei voltar para a Califórnia".

Mas qual era exatamente o trabalho de seu pai? John tinha desistido dos seus planos de ser um diretor. Agora, estava decidido a ser um ator. Mudou seu nome, escolhendo como nome artístico, Blackie Dammett. A do nome é questionável. Dammett soa como Dashiel Hammett, um famoso escritor de histórias de detetive, nos anos 20. E Blackie, poderia ser facilmente um nome de cachorro, mas John gostava, e isso foi o suficiente. Com esse novo nome, John/Blackie se lançou na carreira de ator. Algumas vezes tinha sorte, outras vezes, jovens garotas, gostava de algumas drogas leves, e amava farrear todas as noites. Não é difícil de se notar, que de tão amigável e determinado que era, ele gostava de dividir seus prazeres com os amigos próximos. E às vezes, pagava por isso. Em 1969, Anthony escreveu para ele: "Estou tão feliz por você não ter sido preso. Você deveria tomar mais cuidado".

Naquele momento, as coisas pioravam mais e mais em Grand Rapids. "Eu resolvi
que ninguém ia intimidar mais a minha família", disse Anthony. "Ninguém vai machucar minha mãe nem minha irmã". Peggy se divorciou novamente, e a vida foi voltando à sua normalidade. Anthony não era nenhum "anjinho". Na escola, fazia fama por estar sempre arranjando encrencas.

"Eu fui para uma escola de surdos e deficientes mentais", disse. "E eu era uma espécie de defensor daquelas crianças. Eu sempre era expulso das escolas por me envolver em brigas em defesa das crianças deficientes, e minha mãe sempre me apoiava. Era bom saber que havia alguém atrás de mim quando fazia algo que eu julgava certo". Se tinha algo em que Anthony não acreditava, era religião. Sendo descendente direta de escoceses, Peggy o criou conforme a tradição católica, mas desde bem cedo, Anthony rejeitava a religião. Ele considerava que as religiões tinham com Deus uma relação como o juiz de uma corte. "Eu queria uma relação com Deus baseada no amor". Um belo dia, ao chegar em casa de volta do catecismo, Anthony disse para Peggy que não voltaria nunca mais. Alguns anos depois, Anthony falaria sobre sua rejeição ao Catolicismo em uma música, "Shallow be thy game". Há algum tempo, depois de tantos problemas, Anthony está perto de algo semelhante à espiritualidade.

O verão era a melhor época. Tão logo terminava os estudos, arrumava suas coisas e dizia adeus à sua mãe e deixava o Michigan, com destino à Califórnia. A carreira de Blackie como ator não estava indo bem. Para cada ponta que ele conseguia, 100 eram perdidas. Estava claro que seu futuro não era aquele. Mas Blackie era carismático e amigável, um cara que adorafa farras, e em alguns anos, cultivou amizades com muitas pessoas em Los Angeles, incluindo do meio artístico. Um desses caras era Sonny Bono, do dueto "Sonny and Cher". Depois de récordes de vendas, o casal partiu para a tv, no "Saturday Night TV Show". Em 1999, quando os Red Hot Chili Peppers foram estavam gravando o clipe de "Around The World", Anthony observou o cenário e comentou: "Parece que esse cenário foi tirado de um dos shows da tv de Sonny e Cher". Sonny e Cher se divorciaram em 1972, e Sonny começou um relacionamento com uma jovem garota.

Naquele mesmo verão, Anthony foi ao primeiro show de rock'n roll de sua vida! A banda em questão era Deep Purple, banda britânica de Hard Rock, imortalizada por seu cássico guitarrista Ritchie Blackmore e pelo vocalista Ian Gillan. Naquele verão, a banda estava aproveitando seu primeiro grande sucesso nos Estados Unidos, com o single "Black Night". Com oito anos de idade, Anthony estava tão empolgado com o show, que voltou corrento pelo estacionamento, mas tropeçou em uma barra de ferro e foi direto no chão. O resultado dessa desventura foi o crescimento errado de um de seus dentesda frente, dando a seu sorriso aquela peculiaridade que enlouquece muitas de suas fãs.
Passar o verão com Blackie era garantia de diversão inacabável. Blackie também lembra de outro show de rock que Anthony foi, da banda Canned Heath. Essa banda ficou conhecida por causa da clássica "On The Road Again", e Bob Hite, seu vocalista, dançava no palco como um urso. Anthony ficou tão impressionado com aquela imagem, que no meio do show, invadiu o palco e começou a imitar Hite, sob o olhar de seu pai... e de quase 10.000 pessoas.

Blackie dava festas todas as noites. Jovens atores, rockstars, surfistas, garotas, sempre bem- vindos em sua casa. Nenhum deles house. None of them paid too much dava atenção àquela criança que andava pelo apartamento. Mas ele não se intimidava com isso.

No final do verão, voltar para o Michigan era realmente algo muito chato. E naquele momento, Peggy estava novamente apaixonada, e dessa vez, para sempre. O terceiro casamento estava por vir. Anthony não se sentia como uma criança, e sabia que Michigan não tinha mais nada para lhe oferecer. Ele pensou que sua mãe e sua irmã não precisavam mais dele, elas tinham alguém novo, e então, ele poderia partir. Ele precisava ir. Queria ir.

No fundo de seu coração, Peggy já sabia que os dias de Anthony em Grand Rapids estavam contados. e isso a preocupava. Anthony mostrava que queria seguir os passos de seu pai. Blackie estava impaciente para ter seu filho em tempo integral. Tinha muito para
ensiná-lo, e Anthony parecia estar pronto para aprender!

"E quanto à escola?", perguntou Peggy
pelo telefone.
"Existem escolas em Los Angeles, querida",
espondeu Blackie.

Anthony estava ouvindo escondido em seu quarto, e rezando para que sua mãe deixasse. "Eu vou matriculá-lo na Beverly High", disse Blackie, "onde as jovens estrelas vão", completou. "Não quero meu filho junto com essas estúpidas crianças do cinema", dise Peggy. "Quero que ele estude em uma escola séria. Não, eu não farei isso. Você é um idiota". Anthony sabia que algo dramático deveria ser feito se quisesse ir. Na mesma noite então, arrumou suas malas e partiu a caminho de Hollywood. Peggy sentiu, mas resignou-se a si mesma.


FIM DO CAPÍTULO 1

OBS: Agradecemos ao Universo Frusciante por autorizar a publicação de a Soul to Squeeze.

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